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Foto do escritorCidade Verde

Luta pela sombra: por que as cidades não estão plantando mais árvores?

Enquanto persiste a polêmica sobre a poda das árvores em São Paulo, como forma de reduzir os problemas da rede elétrica, o site politico.eu traz um curioso artigo assinado por Aitor Hernández-Morales sobre a relutância das cidades em plantar mais árvores.

Em síntese e traduzido do inglês, aqui estão os principais pontos do artigo, cuja íntegra você pode ler neste link: < https://www.politico.eu/article/why-europe-cities-are-not-planting-trees-shade-climate-change-urban-forests/>

Os cientistas estão instando as cidades a expandir a cobertura arbórea para mantê-las frescas, mas plantar árvores nem sempre é prático.

Elas refrescam as ruas, combatem a poluição do ar e melhoram a saúde mental da população urbana, mas cidades europeias relutam contra plantar mais árvores.

A criação de florestas urbanas e o aumento da cobertura arbórea ao longo das ruas da cidade ajudariam a “mitigar as alterações climáticas directamente através do armazenamento de carbono, e indirectamente, criando um efeito de arrefecimento que reduz a procura de energia, o que ajuda a reduzir o uso de energia para tratamento de água”, escreveu o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas em seu último relatório.

O documento, que se baseia em mais de 18 mil pesquisas, afirma que o aumento do número de árvores nas cidades combaterá as ilhas de calor urbanas, reduzirá a poluição do ar e melhorará a saúde mental.

Mas, embora os benefícios de plantar mais árvores sejam claros, as autoridades municipais e os especialistas dizem que fazê-lo não é tão fácil como parece, citando custos elevados e desafios ocultos relacionados com infra-estruturas, como parques de estacionamento e transportes públicos subterrâneos.

Em Lisboa, cada nova árvore representa um investimento de cerca de 2.000 euros, segundo Ana Luísa Soares, arquiteta paisagista do Jardim Botânico da Ajuda, na capital portuguesa, que é autora de vários estudos sobre a economia da ecologização urbana.

“Parte disso é o custo da árvore em si e o resto são as despesas de manutenção que você terá de gastar durante os próximos cinco anos, quando uma nova árvore exigir atenção especial para sobreviver”, disse ela. “É por isso que plantar árvores ao longo de uma avenida pode ser uma despesa importante para uma cidade e uma preocupação adicional para as administrações à medida que avançamos em tempos económicos difíceis.”

No desenvolvimento, o artigo fala sobre as dificuldades geradas pela ocupação histórica das grandes cidades europeias, com mais de mil anos de história. Sempre terão justificativas para deixar tudo como está, apesar dos avisos que a própria natureza nos envia.

 

Felizmente as cidades brasileiras são mais novas, e o nosso subsolo não é tão cheio de história quanto as cidades europeias. Nada nos impede de plantar árvores e melhorar a nossa qualidade de vida.

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